VIVER NO PARAÍSO CORAÇÃO...
DELICADA E CORAJOSA ESCOLHA!
Maria Alice Pinto
Abri a porta do meu coração Deitei adornado tapete vermelho Com primoroso cuidado Para aos mistérios deste Templo Solar, tu adentrares * Com os sentidos apurados, pude ver com olhar de menina Diante do altar precioso acolhedor Sintonizadas juras de Grandioso Amor Para das intempéries nos guardarmos * Mesmo que tecido esse amor, nos fios da navalha dor Por entre matas e cerrados... Onde em meio a ramas escondidas Habitassem falsas rosas e traiçoeiros espinhos a nos ferir... * No interior do meu Templo Coração Esplendorosos e vastos jardins De milenares vegetações e tão ricas flores perfumadas Sorrindo serenas nos homenageavam exalando poesia! * Contemplativos frente a mais bela sinfonia com que nos reverenciavam e que tão somente, ouvidos amorosamente apurados Poderiam por àqueles inefáveis arredores ouvir Sutilizavam-se nossos corpos, emoções e sentimentos... * Sentados à cabeceira de uma majestosa mesa feita de carvalho Ajeitada com candelabros dourados envelhecidos... Iluminando as serpeantes formas de castiçais belos E as mais finas iguarias, fazia-se mágico tão singelo lugar! * Erguendo ao alto nossas taças reluzentes com o vinho mais puro Dedicamos aos céus os nossos sentires em profunda Alegria O Amor mais amigo, apaixonado, humanizado Que unem os corações enamorados para o bem incondicional * No tempo de um instante, duração de um sonho A cena desse único, singular ato congelou-se, encerrou-se...!?! Sob o meu olhar perplexo... Suavemente as luzes das velas apagaram-se, tudo escureceu! * Sumistes tu, sem dizer sequer da Gratidão Por esta Dádiva de Amor nascida da Inspiração Marcas das tuas pegadas nem restou Por todos estes espaços, a ti ofertado, por onde pisou * Em silenciosa oração aos nossos corações machucados... Recolhi com a mesma gentileza o vermelho tapete de seda Qual veste, em especial para ti preparado E com a suavidade de delicado movimento, bem vagarosamente... A Porta do meu Templo Coração, fechou... escribalice
Enviado por escribalice em 24/10/2011
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